segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A minha vida como ela é!




Novembro, final de ano, graças a deus posso pensar em encerrar tudo. Não preciso inventar mais nada, apenas finalizar, limpar a casa, arrumar os armários, organizar as fotografias, consertar o que está quebrado, jogar fora o que precisa ser, mandar embora quem precisa ir...

Ia me esquecendo do natal. Este ano, ele vai ser mais magrinho... Graças a deus! Não vou comprar presentes para todos os que eu deveria presentear. Apenas os mais secretos, parte da festa. Nunca gostei do natal. Muito menos das compras. Hoje parece que estou gostando. Da festa, não das compras. Há 20 anos participo do natal dos Gitahy. A Eunice, mãe de todos, promove, às duras penas, uma festa linda. Comida farta e boa, árvore grande e farta. Muitos presentes. A família reunida. Este ano também ocorrerá o natal dos Vampré. Esta é a minha família. Desde que minha avó partiu, muitos deles, eu só vejo no natal. O que resta das famílias, se reúne no natal. Vou aproveitar esse resto. Porque ele vai acabar. 47 anos e uma injeção de fármaco radioativo no coração para perceber que isso tudo vai acabar. Vou gostar desse natal.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Amanhecer sem vontade



Se fosse fulminante a morte por raiva, eu teria morrido ontem à noite na minha cama. Tive um acesso violento. Não sei bem dizer se era raiva ou ódio. Foi tão forte que devem ter sido os dois juntos. Me doía o coração. Tamanha dor que eu podia senti-lo inteiro, todo o seu contorno, todo o seu peso. Podia visualizá-lo, carne e sangue, envenenado. Eu queria chorar, para aliviar a dor e foi difícil conseguir. Veio um choro feio, compulsivo. Não era um choro de tristeza que como a chuva vem para limpar. Era quase um vomito. E eu queria vomitar, mas não conseguia. Só vinha o enjôo no que eu imagino seja o estômago, mas não o vomito. Fiquei com muito frio, parecia uma intoxicação. Era. De ódio e de raiva.

Só consegui dormir bem mais tarde anestesiada por um punhado de amor que consegui ali mesmo ao meu lado.
Hoje, 9 do 9 de 2009, amanheci sem vontade.

Barcelona


O que fazem os africanos na Europa?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Paris



Cores, cores e cores. Só cores, ou quase, desde que a alegria não se confunda com histeria.

À minha amiga querida Dayse.

sábado, 22 de agosto de 2009

Papagaios, araras ou maritacas?

Que passaros são esses que voam sobre a Colina neste inverno menos frio e mais chuvoso? Eu nunca os tinha visto por aqui antes!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Agosto na serra










é tempo de florir o sanandi
brotar o cedro
deliciar-se o beija-flor
na florada branca do cambará
cá estou
nessa beiradinha do planeta respira-se um ar delicado
arzinho frio de inverno quente que faz agora
de um tempo pra cá
na serra da mantiqueira

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Irmãs em Barcelona


Ana, feliz aniversário. Sinto não poder compartilhar com você este 13 de setembro de 2009. Coisas dessa vida puta! Espero dias melhores para nós duas. Beijo, Tiche

14 de julho em Paris!

De quem serão essas maozinhas que
aplaudem entusiasmadamente?


sexta-feira, 24 de julho de 2009

Por onde anda a esperança




A esperança, às vezes, é tudo.






domingo, 12 de julho de 2009

sábado, 11 de julho de 2009

Garoa na rua Mouffetard



De repente senti o conforto de não esperar nada, de ninguém, apenas vivenciei a intensidade daquele instante.

domingo, 5 de julho de 2009

onde está


E a delicadeza, onde está?
Não acredito que se acabou
nem mesmo que saiu de moda
só não a estou encontrando...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Minha amiga Maria Antonia

Estávamos no correio, pois minha amiga Maria Antonia enviava para sua filha Beatriz, nos EUA, umas paçoquinhas de amendoim, quando nossa atenção foi chamada. Esse é meu carma! Disse uma impaciente atendente, quando entrou na agência um rapaz com jeito de menino que falava alto e gesticulava em demasia. Soneli, a nossa atendente, nos disse que ele vinha à agência todos os dias. Quisemos saber o que vinha fazer, se enviava cartas diariamente. Ela disse que ele não, mas seu pai sim, um homem idoso, que deveria chegar em alguns instantes – o filho sempre se adiantava no final do percurso. São gente importante, mandam carta para os Estados Unidos, disse Soneli, enquanto passava um formulário para Maria Antonia terminar de preencher. Nos envolvemos nessa tarefa e esquecemos do rapaz.

Ao sair da agência, Maria Antonia viu o rapaz indo de encontro a um velho que acabava de atravessar a Av. Sumaré. Eu já entrava no carro, ela me puxou e disse, olha o pai, vou ver se escuto algo. Entrei no carro, ela deu a volta, encontrou os dois na calçada e iniciou a conversa. Maria Antonia perguntou quem era, para quem mandava as cartas, o que havia naquele saco que carregava e mais umas tantas perguntas feitas com real interesse. O senhor, Amaury pai, ex-diretor da Fundação Casper Líbero, por 8 anos, não se continha de contentamento com o interesse genuíno que partia de tão bela jovem senhora. Amaury filho acompanhava a conversa interessadíssimo, porém calado. Eu, dentro do carro, mal podia acreditar no que via. Maria Antonia deu um cartão ao senhor e outro ao filho, que também quis. O senhor explicou a ela que escrevia resenhas dos livros que lia e as enviava aos autores. Junto com o envelope, o ex-diretor por 8 anos, da Fundação Casper Líbero, carregava um saco cheio de selos. A essa altura, eles já conversavam ao lado da minha janela, porque eu não sai do carro, mas Maria Antonia fez questão de me apresentar e de conduzir seus interlocutores para perto da minha janela e me incluir na roda. É por isso que amo minha amiga Maria Antônia. Os selos do saco eram para selar o envelope. Como Amaury pai não sabia de quantos precisaria, trazia logo todo o saco. Maria Antonia quis saber se o ex-diretor não utilizava a internet. Ele lhe disse que era uma pessoa antiga, continuava fiel ao correio. Ela lhe perguntou se ele poderia resenhar uma série de poemas e crônicas que vínhamos escrevendo. Amaury pai sorriu de orelha a orelha, seguido pelo, também de orelha a orelha, sorriso de Amaury filho. Ele anotou seu endereço em um pedaço de papel e passou a Maria Antonia. Você me envia seus escritos pelo correio e eu lhe devolverei a resenha, com muitíssimo gosto. E que belos dentes tem a sua amiga, dentes fortes! Eu, de dentro do carro, só ria.

Arrependimento mata?


Mata arrependimento, mata, mas mata de vez!
Finca esse punhal um pouquinho mais fundo

porque assim como está, só faz doer, mas não mata!

Dor sem lágrima

Hoje você me disse
Quando fala da sua dor
Você não se emociona
Os lábios não tremem
Os olhos não lacrimejam
De quem é essa dor?
Dor sem lágrima
Dói, dói e volta a doer
Dói, dói e volta.

Será que preciso chorar minha própria dor?
Não vale ir ao cinema, chorar a dor alheia?

sábado, 27 de junho de 2009

Sonho meu

Sonho toda noite com minha casa da Rua João Moura. A casa está vazia, aluga-se ou vende-se. Nos meus sonhos ela está sempre cheia. Cheia de gente estranha. Não sonho com os dias da minha infância, não encontro lá meu pai, já falecido, minha mãe ou minha irmã, nem a Pimpa, bacezinha preta que fez parte da família, enquanto família houve. Nem os bolos de chocolate da minha infância encontro mais. Sonho com inquilinos porcos ou com corretores folgados, sonho que roubaram os aparelhos de ar condicionado! Queria sonhar com a rua de terra. É! Era de terra aquela rua, quando nos mudamos para lá. Havia cabras pastando ao redor da casa e lama nos sapatos em dia de chuva. Com nada disso, eu sonho.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Quando ele morreu

Por três longos anos chorei sem parar.

Chorava quando fazia amor, quando ia ao cinema
chorava de manhã, ao entardecer
chorava desesperada, de ódio, inconformada
chorava de ensurdecer, baixinho, de madrugada
chorava calada.

Hoje já não choro tanto
mas choro ainda tonta quando alguém chora.

Incompreensão


Nada a dizer


O que dizer num dia chuvoso de junho? ...como são lindos os vestidinhos caipiras e o chapéu dos meninos...

sábado, 20 de junho de 2009

No café


Alguém senta diante do computador para jogar uma bobagem qualquer. Alguém varre o chão. Duas amigas conversam enquanto tomam o lanche. Um homem só, acompanhado de uma mala preta, não come nada, não lê, olha para lá, olha para cá. Quem espera? Duas outras solitárias cutucam seus celulares. O homem-só atende o seu. Fala rápide e desliga. Sorri, ergue o polegar para alguém que vem de fora. Levanta-se e cumprimenta o outro. A princípio pensei que fosse filho, mas não era tão jovem assim. São amigos. Irmãos não devem ser. Um é careca, o outro não, um é baixo, o outro alto, um é... não são irmãos. Serão um casal? Uma das solitárias se vai acompanhando uma amiga que veio lhe buscar. A outra agora fala ao celular. E a outra solitária, gorducha e corada, da qual ainda não falei e que escreve compulsivamente em um guardanapo de papel, acaba de receber seu lanche, abre um sorriso para o garçom, agradece e para de escrever, para comer.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Trinta e tantos


TRINTA E TANTOS
Tenho trinta, e tantos medos.

E o maior deles,que os anos passem e eles não.
1993

Escreva

Escreva com a mão, com o pé
escreva a dor, amor
escreva sempre
sem medo, cedo ou tarde
escreva com suor
sem pressa, sem preço, sem razão
escreva com prazer
escreva com horror
uma emoção qualquer,
escreva enquanto houver.

Ubaldo


Hoje, dia 9, começa o ano de 2006. Nesse reveillon me dei conta de que o tempo passou e estamos de fato no século 21. Essa ficha caiu depois que li um artigo do João Ubaldo Ribeiro. Ele dizia que não ia a Copacabana ver os fogos, pois não queria ser figurante para a televisão, e que não saia mais de casa porque hoje tudo é feito para que não se saia mais de casa, desde os perigos e incômodos que a rua oferece a todas as comodidades delivery e as possibilidades de se relacionar com o mundo, do maravilhoso mundo das compras ao das amizades mais íntimas, via internet.
Por isso resolvi escrever e mais: vou fazer uma página na internet, um site para mim! Vou me inserir neste espaço e não sair mais de casa! Viva Ubaldo (o paranóico?)!

09 de janeiro de 2006

O pó


Minha avó e seu marido moraram aqui até ela se esquecer de tudo e ele encher todos os armários da casa com embalagens de comida para viagem. Quero crer que foram felizes. Hoje são um espólio. O apartamento está vazio, sujo e empoeirado. Há anos. Tudo foi levado e a luz cortada. Entro com sacos de material de limpeza e um aspirador de pó que de nada servirá, pois como já disse, a luz foi cortada. Antes de começar a limpeza e após me lembrar de alguns momentos que passei aqui na companhia do meu pai, me distraio fotografando o pó.






27 de setembro de 2008