Se fosse fulminante a morte por raiva, eu teria morrido ontem à noite na minha cama. Tive um acesso violento. Não sei bem dizer se era raiva ou ódio. Foi tão forte que devem ter sido os dois juntos. Me doía o coração. Tamanha dor que eu podia senti-lo inteiro, todo o seu contorno, todo o seu peso. Podia visualizá-lo, carne e sangue, envenenado. Eu queria chorar, para aliviar a dor e foi difícil conseguir. Veio um choro feio, compulsivo. Não era um choro de tristeza que como a chuva vem para limpar. Era quase um vomito. E eu queria vomitar, mas não conseguia. Só vinha o enjôo no que eu imagino seja o estômago, mas não o vomito. Fiquei com muito frio, parecia uma intoxicação. Era. De ódio e de raiva.
Só consegui dormir bem mais tarde anestesiada por um punhado de amor que consegui ali mesmo ao meu lado.
Só consegui dormir bem mais tarde anestesiada por um punhado de amor que consegui ali mesmo ao meu lado.
Hoje, 9 do 9 de 2009, amanheci sem vontade.